Arquivo do mês de April 2012
Além de corromper, o poder é tão viciante quanto a cocaína, assegura pesquisador

Silvio Berlusconi
A capacidade corruptora do poder é lendária, uma espécie de veneno que se infiltra na mente daqueles que o exercem e termina por modificar seus pensamentos, seus valores, sua maneira de comportar em frente aos demais e também em frente a si mesmos.
Há um par de dias Ian Robertson, professor de psicologia no Trinity College de Dublin e diretor do Instituto de Neurociência da mesma universidade, publicou um interessante editorial no qual explica algumas das descobertas em ditos campos que apontam a um vício manifestado e desenvolvido a nível neuronal e hormonal que o poder desperta naqueles que se expõem a seu exercício.
Primeiramente Robertson recorda que o poder incrementa os níveis de testosterona tanto em homem como em mulheres, do qual se sabe que tanto este hormônio quanto um de seus derivados, o androstanediol-3, um esferóide, são altamente viciantes porque geram um aumento de dopamina na zona de recompensas do cérebro, o núcleo accumbens. Este efeito, conta o cientista, guarda enorme semelhança com os provocados pela cocaína: um prazer imediato que resulta em vício a longo prazo.
Nos babuínos, por exemplo, comprovaram que os indivíduos que se encontravam nos níveis mais inferiores da hierarquia grupal também eram os que tinham menos presença de dopamina nas áreas do cérebro correspondente e, ao contrário, quando estes eram "promovidos" a posições superiores, a dopamina também aumentava.
O ser humano compartilha com ditos primatas ao menos uma semelhança de comportamento: maior poder (mais dopamina) gera mais agressividade e mais atividade sexual. Ademais em nossa espécie, diz Robertson, o poder também torna as pessoas mais inteligentes porque a dopamina melhora as funções do cérebro no lóbulo frontal. Mas um decréscimo na hierarquia, que se traduz em menores níveis de dopamina, incrementa o estresse e reduz as habilidades cognitivas. Robertson conclui:
- "Muito poder -e portanto muita dopamina- pode perturbar a normalidade da cognição e da emoção, levando a grandes erros de julgamento e reticente ao sentido de risco, sem mencionar um enorme egocentrismo e falta de empatia com os outros".
Via | Telegraph.
O rim inquieto, 3 pessoas em 2 semanas

Pela primeira vez na história dos transplantes, o mesmo rim foi transplantado duas vezes, passando por 3 corpos diferentes no prazo de 2 semanas. A razão de tanta viagem não é porque tinha o instinto explorador de Indiana Jones, senão pela incompatibilidade com o primeiro paciente devido a complicações com sua doença. Felizmente o rim pôde ser utilizado para salvar a vida de outra pessoa.
O primeiro paciente é Ray Fearing, de 27 anos e que padece glomeruloesclerose focal e segmentar, causa da síndrome nefrótica e que precisava de um transplante de rim depois de vários anos de espera.
Finalmente sua irmã doou-lhe um rim, com a má sorte de que depois do transplante sua doença piorou e tiveram que retirar o novo órgão, que ainda podia ser usado, motivo pelo qual foi doado a outro paciente com seu consentimento.
Graças a isto conseguiram salvar a vida de um segundo paciente, um cirurgião de 66 anos. Parece duro que depois de uma espera tão longa e com o sacrifício que supõe a um familiar, depois ao final não sirva, mas esperemos que Ray tenha sorte e logo possa ter um novo rim.
Via | NEJM.
Vaso para superar a timidez
Não entendo nada de japonês, mas meu acurado raciocínio ninja me permitiu supor que o designer japonês Sou Fujimoto queria fazer um vaso com jardim panorâmico onde a pessoa pudesse relaxar e concentrar-se na interessante atividade de fazer força. Ou simplesmente estava farto de ter que ir no mato e se limpar com capim. Ou então talvez se sentisse muito só e por desenhou o banheiro com vidros transparentes e reluzentes estofados para os interessados vejam o espetáculo.
Se alguém se identificar com alguma das razões anteriores, que saiba que pode adquirir um destes maravilhosos vasos por apenas 250 mil reais, jardineiro não incluído.
Via | Huff Post.
Falando na lata

Houve época na qual as crianças se comunicavam mediante duas latas e um barbante. Pode parecer um sistema arcaico se comparamos ao turbilhão de celulares que qualquer criança exibe na atualidade, mas em seu momento era a única forma de confabular contra o sistema sem correr o risco de ser descoberto.
Monkey Wrench Design adaptou esse sistema a nosso tempo com The Can, uma lata com microfone e alto-falante incorporados e conexão usb ou jack segundo o modelo.
A lata pequena foi pensada para conversas do dia a dia e missões simples; a grande, no entanto, consegue uma reverberação das palavras ideal para elaborar planos de conquista globais ou o rapto do coelhinho encardido da Mônica.
Ar de Paris à venda

Um tal
Kirill Rudenko colocou à venda esta lata de ar de Paris. Por apenas 7 euros (17,50 reais) receberemos uma lata com nada dentro; mas veja bem: é uma nada de Paris, que não é o mesmo que uma nada de Pindamonhangaba, por exemplo
Agora fazer uma viagem astral a Paris será fácil, basta entrar em estado de concentração adequada e aspirar o ar da lata; é um pouco incômodo porque não tem assentos, e não servem nenhum lanche, mas o preço está bem bom. A opção de dar um passeio com o Google Street View e a lata no colo também é recomendável à hora de poupar; ademais, tem a vantagem de poder viajar em família ou com amigos, de modo que não faltarão as situações vergonhosas e as fugidas durante a noite (para roubar toalhas dos hotéis, pressionar o botão "Imprimir" da impressora da recepção quando não estiverem olhando).
A lata contém 20% do Louvre, 20% de Notre Dame, 25% da torre Eiffel, 15% do museu de Orsay, 10% dos Campos Elíseos e outros elementos igualmente saudáveis que não entram em conflito com nenhuma dieta que eu conheça.
Via | Design You Trust.
Monsanto, acusada de acabar com as abelhas, compra a principal empresa dedicada a sua conservação

Há alguns anos estuda-se a causa da população das abelhas, vital para nosso ecossistema, estar diminuindo cada vez mais. Uma das possíveis causas seriam os cultivos modificados geneticamente da empresa Monsanto, agora nunca mais saberemos do tema. E não é porque seus executivos tenham destruído documentos e fugido para as montanhas. A razão é bem mais simples: compraram uma das principais empresas dedicadas à conservação das abelhas e o estudo de sua destruição, a Beelogics.
O melhor de tudo é que vários estudos apontam a que uma das possíveis causas são precisamente os cultivos modificados geneticamente pela Monsanto, se convertendo assim em juiz e réu, como deve ser para que tudo seja lindo e transparente.
Ademais, devido a sua política, a empresa evita o uso das sementes obtidas do cultivo para produzir novas colheitas, obrigando a comprá-las, inclusive patenteando-as para evitar seu uso não controlado por eles. Entre suas outras práticas encontra-se ignorar os efeitos colaterais e supostamente locupletar o bolso de políticos para que concedam todo tipo de favores, como trâmites mais rápidos e estudos modificados, ainda que não geneticamente, para destruir à concorrência e conseguir benefícios a todo custo.
Esta parece ser a história com o beneplácito do governo dos EUA, que como se tratasse de seu exército, ignora as leis, a ecologia e a moral sem que ninguém diga um A, ou quando muito aparecem com uma desculpa esfarrapada quando aparece alguém com a mão amarela.
O mais triste é que todas essas notícias se perderão nos feeds como lágrimas na chuva. Isso me enoja e possivelmente irá nos matar.
Via | GlobalResearch.
Segundo Kaspersky, a Microsoft tem 10 anos a frente da Apple em relação a segurança
Os recentes trojans que estão ameaçando os Mac da Apple são provavelmente o começo de uma nova onda de ataques contra o sistema da maçã, advertiu em uma entrevista o CEO de Kaspersky, Eugene Kaspersky. O especialista em segurança afirmou que a Apple está muito atrasada em comparação a Microsoft quando se trata de segurança, e que terão que mudar a maneira com que enfrentam este tema.
- "Acho que estão pelo menos uns 10 anos mais atrás da Microsoft em termos de segurança", disse CBR.
Segundo Kaspersky, sua companhia está vendo um aumento na quantidade de malware feito para Mac, o que não deveria ser surpresa devido à quantidade de dispositivos que a companhia está vendendo.
- "Um incremento no malware era só uma questão de tempo e participação de mercado. Os cibercriminosos agora reconhecem que o Mac, agora alcançando os 6% da fatia de mercado dos SOs, pode ser uma área interessante. Agora têm mais, não apenas Flashback ou Flashfake. Bem-vindo ao mundo da Microsoft, Mac. O mundo está cheio de malwares", disse o CEO que adiantou o que cabe esperar daqui para frente:
- "Atualizações, parches de segurança e assim sucessivamente". Anteriormente, a companhia criticou a demora da Apple em responder as descobertas de vírus, acusando-os de deixar os usuários vulneráveis por mais de três meses.
- "Logo compreenderão que têm os mesmos problemas que Microsoft teve há 10 ou 12 anos. Terão que fazer mudanças em termos do ciclos de atualizações e serão forçados a investir mais em suas auditorias de segurança para o software", disse.
Não há dúvida de que o malware para Mac está aumentando, e a Apple precisa levar o assunto a sério e começar a agir antes que as coisas saiam de controle.
Via | CBR.