Antibióticos no meio ambiente poderiam estar criando super-bichos

LuisaoCS

Antibióticos no meio ambiente poderiam estar criando super-bichos

Recentemente, a professora de doenças infecciosas Julie Ellis realizou uma pesquisa onde estudou o excremento de centenas de corvos nos Estados Unidos buscando bactérias. O que encontrou foi a evidência de que os animais selvagens estão desenvolvendo uma resistência aos antibióticos. O mais estranho de tudo é como antibióticos receitados a seres humanos e ao gado podem chegar aos intestinos de pássaros selvagens.

- "Nós documentamos a resistência às drogas derivadas de humanos em lugares onde não deveria estar: na vida selvagem e no meio ambiente", comentou Julie para o Environmental Health News. A resistência que encontrou nos corvos foi especificamente à vancomicina, que é usada para tratar um número de doenças entre as quais estão a pneumonia e a meningite humanas.


De acordo com as estimativas dos Centros para o Controle e Prevenção de Doenças, a metade dos antibióticos receitados nos Estados Unidos são desnecessários. E inclusive 80% destas drogas são vendidas para uso na pecuária, para promover o crescimento e prevenir infecções dos animais que comemos.

A bactéria que vive nos tratos digestivos dos animais pode mudar genes com a bactéria resistente, resultando na imunidade a certas drogas. As pessoas que ingerem esta bactéria, como no caso do recente surto de salmonela que surgiu de um lugar onde processavam frangos na Califórnia, não responde aos mesmos medicamentos que foram desenvolvidos para tratar essa doença. É como se as bactérias fossem superdotadas e cancelassem o processo de cura por meio dos antibióticos.

Ainda não sabem quais implicações terá isto exatamente para a saúde humana, mas não é muito alentador.

- "O problema é que estamos entrando em uma era pós-antibiótico na qual nossas drogas de última linha não funcionarão e as infecções rotineiras se convertem em ameaças de vida", aponta o estudo.

Os pássaros estudados por Julie podem ter ingerido a bactéria de águas residuais. Os autores enfatizam que estas aves são migratórias, e portanto viajam longas distâncias, espalhando a bactéria pelo caminho.

Via | Alternet.


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