E se a estimulação cerebral nos tornasse mais idiotas?
A estimulação cerebral para melhorar o rendimento cognitivo se converteu em um dos temas de destaque da neurociência, até ao ponto de que algumas pessoas trocam informação e fabricam seus próprios dispositivos caseiros. A técnica em questão é denominada estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS) e consiste em colocar uma série de eletrodos sobre o couro cabeludo e aplicar baixas correntes a nível superficial nas zonas escolhidas. Em determinados casos reclama-se que o sistema é capaz de melhorar o rendimento cognitivo das pessoas cabalmente, mas ainda há muito que estudar e demonstrar.
A equipe de Flavio Frohlich, da escola de medicina da Universidade de Carolina do Norte, desferiu um duro golpe à técnica há um par de anos com a publicação de um estudo que demonstrava que não só não tem grande efeito, senão que os voluntários submetidos à estimulação pioram com respeito ao grupo de controle. O trabalho, publicado na revista Behavioural Brain Research, sob o título "Transcranial direct current stimulation of frontal cortex decreases performance on the WAIS-IV intelligence test", consistiu em submeter 40 adultos saudáveis a uma série de testes que começavam e terminavam com um prova de inteligência convencional com perguntas sobre entendimento verbal, percepção, memória de trabalho e velocidade de resposta.
As células do corpo emitem luz antes de morrer, assim como supernovas no espaço
O cientista alemão Fritz Albert Popp, continuando o trabalho de Alexander Gurwitsch, conseguiu comprovar faz mais de três décadas que os seres humanos (e todo os seres) vivos emitem luz. Popp teorizou que estas emissões de luz débeis, as quais designou "biofótons", tem um papel importante na comunicação celular, articulando literalmente uma linguagem de luz que intervém na organização de diferentes funções. Suas descobertas sugerem que o nível de coerência destas emissões biofotônicas correlaciona com o nível de saúde de um organismo.
Certas doenças podem ser identificadas por padrões de emissão caótica, segundo explicou Popp em uma entrevista à jornalista Lynn Mctaggart, que publicou esta informação em seu livro "The Field". Há um par de anos, segundo publicou a revista de tecnologia do M.I.T., o cientista Sergey Mayburov, confirmou que as emissões biofotônicas intervêm em algum tipo de comunicação celular.
O contato visual direto implica mais hostilidade do que boa fé
O contato visual costuma ser ponderado como uma importante arma de persuasão na retórica e na conversa cotidiana: as "janelas da alma", os olhos, são associados com a boa fé dos interlocutores e com a ideia de que o que dizem é verdade. Mas esta ideia não parece ter bases científicas: em uma pesquisa realizada pela Universidade de British Columbia, e publicada na revista Psychological Science, a psicóloga Frances Chen estudou um grupo de voluntários com tecnologia que permite seguir o olhar dos interlocutores, não só de quem fala.
Depois de vários experimentos, Frances chegou a conclusão que o contato visual só é efetivo quando o receptor já se encontra convencido de antemão do ponto de vista do emissor. Um outro experimento demonstrou que aqueles que escutam podem se sentir mais próximos no ponto de vista do emissor ao observar sua boca, não seus olhos.
A fisiologia dos ataques de pânico explicada
O narrador do Life Noggin, Pat Graziosi, também conhecido como Blocko, explica nesse vídeo a fisiologia de um ataque de pânico, o que acontece dentro do corpo humano quando ocorre e o que causa este tipo de transtorno. Ataques de pânico podem fazer alguém sentir que perdeu o controle ou que a morte é iminente. Devido ao intenso medo que sentem, algumas pessoas vivem com medo constante de sofrer outro ataque, que é a definição de transtorno do pânico. Ele também fala sobre a "resposta de luta, fuga ou congelamento", causada por um excesso de adrenalina presente na corrente sanguínea.
Por que algumas pessoas recordam melhor seus sonhos?
Por que algumas pessoas sempre podem recordar seus sonhos enquanto outras quase não os recordam? Um estudo, publicado pela revista Neuropsychopharmacology, sugere que a atividade de certa parte do cérebro poderia ter a resposta. Nele mostram que a região do cérebro chamada união temporoparietal registra mais atividade espontânea entre as pessoas que recordam seus sonhos regularmente, em comparação com as pessoas que raramente recordam.
Ao examinar a atividade cerebral espontânea de 41 pessoas através de tomografia por emissão de positrons, enquanto dormiam e enquanto permaneciam acordados, a metade dos voluntários recordava em média cinco sonhos à semana, enquanto a outra metade conseguia recordar mal um par de sonhos ao mês.
Por que os cães são os mamíferos mais diversos da Terra?
Há mais de 500 raças de cães reconhecidas no mundo, o que faz com que este mamífero seja o mais diverso de nosso planeta. Mas por que há tanta diversidade de canídeos? E por que há tanta diferença entre as diferentes raças, algo que, por exemplo, não observamos nos gatos?
Segundo explica Peter Savolainen, geneticista evolutivo do Laboratório de Ciência para a Vida em Solna, Suécia, todos os cães descendem dos lobos, e sua diversidade poderia ser explicada porque os seres humanos os criaram para que tivessem determinadas características. Mas o que não resulta tão simples é determinar em que momento começou esta explosão de diversidade
Os especialistas neste campo coincidem em que deve ter acontecido entre 13.000 e 33.000 anos. Há 33.000 anos os ancestrais dos cães modernos se separaram dos lobos. Isso não quer dizer necessariamente que os cães domésticos se originaram nessa época. Pôde ter sido uma divisão entre duas populações de lobos, e uma delas era menos selvagem e se converteu mais tarde em cães domesticados.
Como os gorilas contraem doenças cardíacas?
Gorilas musculosos e vegetarianos podem parecer menos propensos do que humanos a ter doenças cardiovasculares, mas é a principal causa de morte de macacos em cativeiro, matando mais de 40% dos gorilas machos em zoológicos.
Com base em estudos de bactérias intestinais e outros fatores, pesquisadores de zoológicos estão repensando os tipos e quantidades de alimentos dados aos grandes primatas, incluindo a mudança de biscoitos nutritivos processados para os tipos de caules, brotos e frutas que os gorilas selvagens comem.
Para evitar anestesiar os gorilas, o que pode sobrecarregar seus corações, os pesquisadores treinam seus gorilas para cooperar com ultrassons cardíacos e outros procedimentos de coleta de dados. Assim os veterinários podem enviar as informações coletadas para o Great Ape Heart Project, que visa armazenar uma grande base de dados para descobrir a cura para a condição.
Cientistas dizem que podemos cheirar felicidade
O velho ditado diz que a felicidade é contagiosa. Uma pesquisa sugere que poderia realmente existir algum argumento científico para sustentar essa afirmação. A felicidade, dizem os cientistas, tem um cheiro distinto que os seres humanos podem sentir um no outro. E quando temos uma boa lufada de alegria de outra pessoa, somos mais felizes também.
A chave está em nosso suor, segundo o cientista Gün Semin, da Universidade de Utrecht, na Holanda, pesquisador sênior do estudo, "Being exposed to sweat produced under happiness induces a simulacrum of happiness in receivers, and induces a contagion of the emotional state."
Ele e sua equipe coletaram amostras de suor de um grupo de 12 homens enquanto eles observavam vídeos destinados a induzir diferentes emoções, como felicidade e medo. As amostras de suor foram então repassados a um grupo de voluntárias para que cheirassem.
A moral é mais irracional do que racional à maioria das vezes
Por muito que pensemos em praticar uma ética utilitarista, racional e lógica, em que nossos julgamentos morais estejam ponderados e sejam equitativos, a verdade é que a maioria de nossas intuições morais brotam de forma tão alambicada como uma selva tropical.
A razão é que, ademais, nossa conduta não obedece a comportamentos estáticos e permanentes de caráter aplicáveis a todos os contextos. E isto é algo que começamos a saber faz quase cem anos, graças a alguns experimentos realizados na década de 1920.
Realizada pelos psicólogos da Universidade de Yale Hugh Harsthorne e Mark May, a pesquisa abrangeu 10.000 alunos aos quais ofereceram a oportunidade de mentir, enganar e roubar em uma variedade de situações.
As conclusões foram totalmente imprevisíveis, caóticas e alheias a padrões, tal e qual explica David Brooks em seu livro "The Social Animal":
Por que choramos? Qual é a função do choro?
Apesar de conhecermos os mecanismos fisiológicos que intervêm na secreção das lágrimas e, até certo ponto, os fatores psicológicos que predispõem ao pranto, o ato de chorar segue como um grande mistério.
Inclusive o choro é capaz de sobrevir por motivos contraditórios, como bem recolheu William Blake em seus "Provérbios do inferno": "O excesso de tristeza ri; o excesso de alegria chora."
Pois se isto já não fosse bastante mistério, o ato de chorar emocionalmente é universal, acontece em todas as culturas. Por exemplo, durante os rituais funerários os integrantes de todas as sociedades choram, exceto em Bali (e inclusive ali). Os bebês também choram quando sentem fome ou dor. E também já sabemos que as mulheres choram mais do que os homens -e os bebês, mais do que as mulheres-.
Ademais, chorar é um traço exclusivamente humano. Darwin disse que "o pranto é uma das expressões específicas do homem".